Sabermídia











por Rogério Santana Lourenço

Imagem do Paradoxo Boyle

“A democratização pode sempre ser medida por esse critério essencial: a participação e o acesso ao arquivo, sua constituição e interpretação”
Jaques Derrida, o Mal do Arquivo.”

O Brasil é um paradoxo. Por uma série de motivos e razões, teve sua história permeada por fatos que constituíram sua população como uma das mais receptivas do planeta. Ao mesmo tempo, essa história é contada por distâncias, afastamentos, silenciamentos, violência e ignorância. O papel do Estado, ainda não tão bem compreendido quanto o papel do Governo, tem grande responsabilidade nessa contradição. Estamos aprendendo o que é governo, mas penso que há ainda um longo caminho para compreendermos o que é Estado. Ao longo de tempos diferentes, os Estado brasileiro têm sistematicamente ignorado grande parte de imensos problemas que nos constituem como país. A reforma agrária, o monopólio das comunicações, o analfabetismo ou o trabalho escravizado são alguns. Outros, como os direitos do povo indígenas, ou quilombolas, o acesso à educação fundamental, estão sendo tratados.

São muitos os problemas, e muitas as soluções, e isso, o número de soluções, é em si, um novo problema , quando não se articulam os esforços para solucioná-los. Ocorre que uma discussão muito importante para nossa identidade, é o papel de suas instituições. As instituições podem ser de diversos tipo, governamentais, não governamentais, particulares ou públicas, com ou sem fins lucrativos. Em todas essas possibilidades, estamos falando de pessoas coletivamente organizadas.

Desde Novembro de 2009, o Fórum da Cultura Digital Brasileira, deu iniciativa a 226 formas de possibilidades. Algumas mais concretas que outras, mas todas possíveis.  Estamos num momento onde a pletora de ações dissolve o rumo das coisas. Assim, um paradoxo, outro, se coloca: a quantidade de frentes que a cultura digital abre tem se tornado tão ampla quanto a agenda abaixo:

  1. Digitalização de Acervos
  2. Laboratórios de criação artística e tecnológica
  3. Direitos Autorias
  4. Plano Nacional de Banda Larga
  5. Televisão Digital
  6. Mídia Livre
  7. Culturas Tradicionais
  8. Liberdade Religiosa
  9. Liberdade de Gênero
  10. Educação Livre
  11. Software Livre

Para fins de comodidade, mas não de importância, o item Digitalização de Acervos, assunto primário desse blog, vem como primeiro. Ocorre que só deste, foram elencados 12 itens, no início do ano, como desejáveis, e que de fato, tiveram, ainda que não muito visíveis ou publicizados, seus desdobramentos. Certamente não foram incluídas nessa lista aspectos fundamentais. Acima estão as que são mais visíveis, desta perspectiva que aqui escreve.

O Filósofo Jacques Derrida, disse uma vez que o acesso ao acúmulo de informação social, seus arquivos, são um índice do quanto essa sociedade compartilha seus valores, os materiais e os morais. A lista acima é um exemplo de uma sociedade nascente na América Latina movendo-se rumo a seu devir. Isso, o devir, é agora o que nos faz móveis, e o movimento é não linear. Essa possibilidade, que o digital tem, permite que os arquivos que estão sendo pensados, as televisões, as produções, enfim, a cultura, seja, ou lute para ser, um pouco mais livre. É complexo, muito complexo, talvez seja o tal efeito das redes…muito descentralizado, mas com pouca direção… O que, talvez não seja nem bom nem mal, se soubermos lidar com o outro nome do complexo: a diferença.

O que antes parecia impossível, lidar com a diferença de milhões ao mesmo tempo, argumento utilizado por muitos, hoje em dia não se sustenta. Um exemplo disso é o projeto Metavid, cujos autores, além de fornecerem inspiração para este post (com a frase de abertura) deram um exemplo concreto do que pode ser feito com XML, vontade política e participação coletiva. O Metavid funciona como uma espécie de observatório dos representantes do povo dos Estados Unidos, na medida que disponibiliza as transcrições das sessões realizadas e gravadas pelo canal CSPAN, uma televisão privada, mas que tem uma missão pública. Algo que ainda estamos aprendendo como equacionar à nossa maneira, por aqui.

Seriam muitos, muitos os exemplos de pequenas coisas que não têm tanta visibilidade, mas que estão em curso. Pelo contrário, há, de vez em quando, grandes anúncios, que tenham menor impacto sobre as pessoas. O tempo dirá.

Post publicado em http://culturadigital.br/acervodigital/2010/08/06/o-mal-do-arquivo-derrida-e-a-cultura-digital-brasileira/



{outubro 5, 2010}   web web 2.0 web 3.0 wii youtube

HTML de 1 à 5

Acompanhe a evolução da linguagem HTML, desde os seus antecedentes passando pelas versões 1 à 5 intercaladas pelo XHTML

:-)

1980

Os principios fundamentais do HTML nasceram a partir de um primitivo modelo de hipertexto conhecido como ENQUIRE, escrito em linguagem PASCAL, no
CERN (Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire – Organização Européia para a Pesquisa Nuclear ) através das pesquisas de Tim Berners-Lee que na época trabalhava na divisão de computaçao da instituição.

1990

Com o auxílio de Robert Cailliau, Tim Berners-Lee constrói o primeiro navegador / editor, chamado então de WorldWideWeb, e cria o protocolo HTTP (Hypertext Transference Protocol – Protocolo de Tranferência de Hipertexto) para distribuir conteúdo na rede.

O HTTP era alimentado com uma nova linguagem de marcação, o HTML – baseado no SGML (Standard Generalized Mark-up Language ), uma linguagem amplamente aceita para a estruturação de documentos e da qual o HTML herdou as tags de título, cabeçalho e parágrafo. A grande novidade era a marcação A com o elemento HREF que permitia a ligação ( link ) entre vários documentos.

Um dos mais antigos documento HTML (1990) explicando a tag A está disponível em :

http://www.w3.org/History/19921103-hypertext/hypertext/WWW/Link.html

1992

O programador Marc Andreessen, que logo fundaria Netscape, inicia o projeto de seu próprio navegador : O Mosaic. Em dezembro de 1992, Andreessen que agora participa de uma lista de discussão mundial (WWW-talk ) para difundir as propostas de Lee sobre o HTML, propõe a implementação de uma tag para imagens, a tag IMG.

1993

Em 1993, um documento chamado “Hypertext Markup Language” foi publicada pela IETF(Internet Engineering Task Force). Neste mesmo ano o navegador Mosaic foi lançado, permitindo a exibição de imagens, listas e formulários.

1994

É realizada em Genebra a primeira conferência mundial sobre web, a World Wide Web Conference, da qual surge a especificação HTML 2.0. Marc Andreessen e Jim Clark fundam a Netscape Communications apontando para o nascimento do primeito navegador de alcance global. No final de 1994 é criado o W3C (World Wide Web Consortium – Consórcio World Wide Web) para coordenar o desenvolvimento de padrões abertos para a web.

1995

O HTML 2.0 é oficialmente publicado. Em paralelo, Dave Raggett publica um primeiro rascunho do HTML 3.0, incluindo tabelas e suporte para folhas de estilo. A Microsoft apresenta seu navegador, o Internet Explorer, para concorrer com o Netscape. Começa a “Guerra dos Browsers”

1996

O W3C cria um novo grupo, o o HTML Editorial Review Board, com o objetivo de padronizar o desenvolvimento de padões para a web, pois Netscape e Microsoft divergem sobre uma série de questões. A tag OBJECT aparece neste ano e W3C começa o desenvolvimento de uma nova versão da linguagem HTML chamada Cougar. Ela seria o embrião do HTML 4

1997

O W3C atualiza, agora oficialmente, o HTML 2.0 para a versão HTML 3.2, que incluia tabelas e applets Java. Neste mesmo ano, em dezembro, a especificação 4.0 do HTML foi publicada como uma recomendação do W3C, incorporando o uso de folha estilos ( CSS )

1999

Em dezembro é publicado o HTML 4.01 buscando a compatibilidade com as versões anteriores através de 3 implementações : strict (estrita) – na qual os elementos obsoletos ficam proibidos, transitional (transitória) – na qual são permitidos alguns elementos obsoletos, e frameset para sites com frames. Seu reinado seria longo.

2000

O XHTML 1.0 é publicado em janeiro de 2000, apoiado no XML, faz uso de uma sintaxe mais rigorosa e fortalece a divisão entre camada de conteúdo e camada de apresentação

2001

Em maio de 2001 a especificação XHTML 1.1 é lançada oferecendo recursos de modularização.

2002

Entre os anos 2002 e 2006, o W3C apresenta 8 rascunhos do XHTML 2.0 estruturados de modo não compatível nem com XHTML 1.0 nem com HTML 4.0, fato que causou polêmica entres desenvolvedores e fabricantes.

2004

Os desenvolvedores das empresas Opera e Mozilla mostram-se insatisfeitos com o caminho proposto pelo W3C em relação ao fututo da web com a especificação do XHTML 2.0 e, juntamente com a Apple, formam o WHATWG ( Web Hypertext Application Technology Working Group) que em breve seria integrado também pelo Google.

2006

A atuação do WHATWG é reconhecida pelo W3C, que até então caminhavam separadamente. Tim Berners-Lee anuncia que trabalhará em parceria com o WHATWG.

2007

Apple, Mozilla e Opera solicitam que o W3C reconheça e aprove oficialmente o trabalho desenvovido pelo WHATWG com o nome de HTML 5.

2008

O HTML 5 é publicado como um projeto de trabalho (Working Draft) pelo W3C.

2009

O grupo de desenvolvimento responsável pelo XHTML 2.0 é encerrado.

2010

W3C  Oferece cursos de html5 do qual participa a Editora Educadora Ecoaecoa

link dos conteúdos do curso:

http://www.w3c.br/cursos/html5/conteudo/


Referências :



et cetera